Uma infestação de caramujos africanos tem causado preocupações aos moradores do bairro Araçagi, em São José de Ribamar, na região metropolitana de São Luís. Sem predadores naturais e com condições climáticas favoráveis, os moluscos se reproduzem em grande velocidade. Um deles pode gerar até 300 crias em apenas um ano.
De acordo com a enfermeira Neuza Froes, os caramujos causam grande perigo por transmitirem doenças como a angiostrongilose abdominal, uma doença que provoca perfuração no intestino e sintomas semelhantes aos de apendicite.
“Todos nós já sabemos a rapidez que eles se proliferam e apesar do conhecimento, a gente não tem como combater os caramujos porque a proporção é desigual. A medida que a gente vai combatendo, é infinitamente mais lenta do que a medida que eles vão se multiplicando”, contou.
A angiostrongilíase meningoencefálica também pode ser transmitida por eles e pode levar à morte. As formas de contágio são pela ingestão do parasita, seja pelo manuseio do caramujo ou de alimentos contaminados pelo muco deles.
O caramujo africano foi introduzido ilegalmente no Brasil na década de 1980, no estado do Paraná, com o intuito de substituir o escargot. A criação da espécie foi proibida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), e muitos donos de criadouros liberaram os caramujos na natureza, sem tomar as devidas providências.
A Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais (SEMA) informou que foi criado um grupo de trabalho reunindo a SEMA, Secretaria de Saúde e Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), para capacitar secretarias municipais de saúde e meio ambiente das cidades que comunicaram a existência do caramujo africano em suas áreas.
Segundo a SEMA, o objetivo é que as secretarias municipais realizem ações de conscientização junto à população sobre o molusco, com material educativo explicando como eliminá-los. Ainda segundo a Secretaria de Meio Ambiente do Estado, amostras do caramujo africano foram encaminhadas à Fundação Oswaldo Cruz para análise e não foi encontrada contaminação.
A Prefeitura de São José de Ribamar disse que tem mantido rotina de recolhimento dos caramujos em áreas mais críticas, e que, a Secretaria de Saúde do município tem feito solicitações ao Estado para uma ação mais consistente no combate à proliferação desses bichos, além de fazer campanhas educativas para a população.
Fonte: G1 Maranhão